Intoxicações por metanol: conheça o antídoto usado pelos médicos

  • 05/10/2025
(Foto: Reprodução)
Sobe para 225 o número de casos suspeitos de intoxicação por metanol no Brasil Ao longo da semana, os números de possíveis intoxicações por metanol em bebidas destiladas dispararam. Começaram em São Paulo e alcançaram outros estados do Brasil. Confira a reportagem completa do Fantástico no vídeo acima. O último balanço do Ministério da Saúde divulgado no domingo (5) aponta 225 casos notificados de intoxicação por metanol. Desses, 16 foram confirmados e 209 estão em investigação. A maioria no estado de São Paulo. Treze mortes são investigadas, e duas foram comprovadamente causadas pela contaminação. As duas mortes confirmadas foram de homens que beberam no mesmo lugar. De acordo com os boletins de ocorrência, Marcos Antonio Jorge Junior e Ricardo Lopes Mira estiveram em um bar na Mooca, Zona Leste de São Paulo, que foi fechado nesta semana. Metanol em bebidas: saiba como estabelecimentos devem agir Gin, uísque e vodca: veja em quais bebidas metanol foi detectado, segundo investigações 'Era um bar em uma região nobre, não boteco de esquina', diz mulher que ficou cega após ingerir metanol Não é a primeira vez que o Brasil vive uma onda de preocupação como esta. Em julho de 1990, 18 pessoas morreram na Bahia depois de uma festa onde tinham bebido pinga feita com metanol. Em dezembro de 1992, dezenas de pessoas foram internadas na madrugada do dia 26, em Diadema. Todas tinham ido a um sambão e tomado “bombeirinho”, uma bebida feita de vodca, groselha e limão. Três jovens morreram naquela mesma semana. O maior surto de intoxicações por metanol dos últimos anos aconteceu mais recentemente, entre 2016 e 2023. Foram 11 mortes de homens pobres, em situação de rua e vulnerabilidade, dependentes químicos. O surto deixou os pesquisadores em alerta, mas não teve repercussão. O antídoto: etanol O metanol em si não é tão tóxico. O problema é que, quando entra no corpo, ele é transformado, no fígado, em outras substâncias, e essas, sim, é que fazem muito mal. Metanol: fígado vira 'vilão' e transforma bebida adulterada em veneno silencioso; entenda É preciso então recorrer aos antídotos. O principal se chama fomepizol. Quem faz a transformação do metanol em substâncias mais tóxicas são proteínas especiais, as enzimas. Quando o paciente recebe o fomepizol, esse antídoto vai lá e gruda nessas enzimas do fígado. Assim, o metanol não consegue se ligar às enzimas e não é transformado em substâncias mais tóxicas. Ele fica circulando e acaba eliminado pelos rins, na urina. Quando o fomepizol não está disponível, os médicos apelam para o etanol, o álcool que existe nas bebidas. O mecanismo é parecido: o paciente recebe uma dose de etanol, calculada pelos médicos, que pode até ser dada na veia. As enzimas do fígado gostam mais do etanol do que do metanol. Assim, o etanol entra e vai logo ocupando as enzimas do fígado. O metanol não consegue mais "colar" nessas enzimas, porque já está tudo dominado pelo etanol. O metanol não é transformado em substâncias mais tóxicas e acaba sendo eliminado na urina. Uma ressalva muito importante: os antídotos, seja o fomepizol, seja o etanol, só podem ser administrados sob rigorosa supervisão médica. O principal antídoto, o fomepizol, não estava disponível no Brasil. Esta semana, o ministro da saúde, Alexandre Padilha, anunciou a importação de um fornecedor do Japão. "Conseguimos fechar junto com a Organização Panamericana de Saúde a compra e a entrega de 2,5 mil tratamentos do fomepizol”, afirmou o ministro. Infográfico explica ação dos antídotos em casos de intoxicação por metanol Arte/g1 Como o metanol age no corpo O Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATOX) de Campinas é um dos laboratórios que analisam amostras de sangue de pacientes com suspeita de intoxicação pelo metanol na bebida. O metanol é incolor. Apesar de ter um cheiro diferente do etanol (o álcool das bebidas), não é fácil de detectar quando há uma mistura entre eles. Em até 24 horas, surgem sintomas que podem ser confundidos com os de uma ressaca: náusea, cólica e dores abdominais. A visão fica turva. A pessoa sente tontura e pode ter alterações de consciência. O sangue fica mais ácido. O fígado é atingido, e também a medula e o cérebro. O metanol ainda afeta os pulmões, causando insuficiência respiratória. Além disso, o nervo óptico é danificado, levando, em alguns casos, à cegueira. O que acontece no corpo nas primeiras 12, 24 e 48 horas após beber metanol Por que algumas pessoas sofrem reações mais graves ao metanol? A genética pode explicar Infográfico: o impacto do metanol no corpo humano. Arte/g1 Notificações de casos de intoxicação por metanol aumentam no Brasil Reprodução/TV Globo Ouça os podcasts do Fantástico ISSO É FANTÁSTICO O podcast Isso É Fantástico está disponível no g1 e nos principais aplicativos de podcasts, trazendo grandes reportagens, investigações e histórias fascinantes em podcast com o selo de jornalismo do Fantástico: profundidade, contexto e informação. Siga, curta ou assine o Isso É Fantástico no seu tocador de podcasts favorito. Todo domingo tem um episódio novo. PRAZER, RENATA O podcast 'Prazer, Renata' está disponível no g1 e nos principais aplicativos de podcasts. Siga, assine e curta o 'Prazer, Renata' na sua plataforma preferida. BICHOS NA ESCUTA O podcast 'Bichos Na Escuta' está disponível no g1 e nos principais aplicativos de podcasts.

FONTE: https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2025/10/05/intoxicacoes-por-metanol-conheca-o-antidoto-usado-pelos-medicos.ghtml


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